Só faltou Guimarães Rosa
Livro recorre às anotações de um naturalista francês para reacender a importância das raizeiras das Gerais
Lucas Alvarenga
Imagem: scx.hu
Chá de boldo, caninha de macaco e quebra-pedra. Nomes comuns ao universo particular das raizeiras, figuras dotadas de sabedoria popular e de boas intenções. Por interesse na relação entre estas personagens, os naturalistas e as plantas medicinais é que a professora de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais, Maria das Graças Lins Brandão, estuda as ervas curativas com afinco.
E para que a pesquisa não ficasse apenas na fervura, a pós-doutora organizou um livro, o Quadro geográfico da vegetação primitiva de Minas Gerais, lançado na primeira semana de junho. A publicação reúne anotações do francês Auguste de Saint-Hilaire, feitas entre 1816 a 1822, período em que o naturalista esteve na então Capitania de Minas Gerais, depois província em 1821.
Parte de um projeto do Banco de Dados e Amostras de Plantas Aromáticas, Medicinais e Tóxicas (Dataplamt) da UFMG, a obra teve início em 2004. Durante estes sete anos, dados e imagens de amostras foram coletados, tendo como referência excursões e obras produzidas pelo próprio grupo.
Na literatura do professora Maria das Graças e seus coordenados aparece o CD Plantas medicinais - um saber ameaçado; Plantas usuais dos brasileiros, de Auguste de Saint-Hilaire e Plantas úteis de Minas Gerais - na obra dos naturalistas. Ausência, só mesmo as anotações do mineiro Guimarães Rosa, naturalista dos mais acessíveis. Uma ida em qualquer biblioteca e um vasto mundo de raízes e ervas se abriria frente aos olhos da pesquisadora.
Fonte: UFMG e redação
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