Gente que briga pra ser ouvido

É até pleonasmo dizer que aconteceu uma manifestação em Belo Horizonte

Fernanda Carvalho

Imagem: Reprodução

Novamente os servidores arregaçaram as mangas e partiram para briga. Dessa vez não foi na Praça Sete, hipercentro da capital mineira. Foram um pouco mais originais. Na verdade, foram mais coerentes com o local.

A manifestação com aproximadamente 500 pessoas, incluindo servidores da Saúde, Educação e Polícia Civil, aconteceu na Cidade Administrativa. Mas não foi só lá que os revoltosos ficaram. Organizados, eles puseram fim à regularidade e tumultuaram o trânsito tranquilo da MG-010 para realmente chamarem a atenção.

Na história de Belo Horizonte, isso sempre teve que acontecer. Há pouco mais de um mês, a Polícia Militar paralisou o tráfego do hipercentro da cidade em pleno horário de pico, em uma sexta-feira. E mais, colocaram fogo na pista.

Antes disso, houveram manifestações de professores por Contagem e Betim, paralisações promovidas por médicos e outras tentativas frustradas de policiais. Agora, diz aí: é ou não é pleonasmo?

COMENTÁRIO: Talvez seja este o único jeito de conseguir o que se quer ou tem direito neste país. No Brasil das manifestações, Minas Gerais é ponto de ebulição constante. Basta foliar as páginas da história mineira. Eis Filipe dos Santos e sua revolta contra o quinto. O Brasil só muda quando todos estiverem na mesma revolta, seja pelos salários baixos ou por melhorias no trânsito, que não deixa ninguém cumprir seus compromissos.