09-06-2011 20:48

Minas das Gerais

MINAS EM ARTIGOS E CRÔNICAS

Muito mais do que a terra de gente que fala “uai”

Por Fernanda Carvalho

Imagem: Reprodução

Terra do Barroco e do rococó. Do colonial, do café, cana-de-açúcar, cebola, feijão, leite. Terra que importa milhões de turistas em busca dos singulares pães de queijo e dos tradicionais feijões tropeiro. Terra de Tiradentes, que também foi tropeiro, além de dentista e herói nacional dos livros de história.

Lugar que abriga mais de 19 milhões de habitantes, indígenas, africanos, portugueses, italianos, espanhóis, alemães e sírio-libaneses. Terra que exportou Carlos Drummond de Andrade para o mundo, escritor que nada de gauche teve.

Recanto da Adélia Prado; do Fernando Sabino; do Rubem Fonseca; do Ziraldo, pai do Menino Maluquinho; do Murilo Mendes, do Zuenir Ventura, do Frei Betto e de Affonso Romano de Saint’ Anna. De um povo que de tão desconfiado virou escritor. E dos melhores.

Terra que deu origem a Fernando Morais e assim fez nascer Olga, A Ilha e Chatô, o rei do Brasil. Lugar de manifestações culturais, festas folclóricas e juninas, e por que não tudo junto? Minas do Atlético, do Cruzeiro e também dos americanos que são poucos - mas “unidos venceremos”, como o arroz da dona Maria ali da esquina.

E o Mineirão? Que é mais que um grande mineiro. É um mineiro sempre em construção que vai ter cara de gente internacional. O filho dele, o Mineirinho, tem cara de garotinho, mas tá incluso até no meio da grande seleção brasileira.

Estado de Ouro Preto, Mariana, Sabará. Da colonial e agradável Tiradentes. Das mostras de cinema de praça, dos tradicionais grandes bares de esquina. Minas que tem um Belo Horizonte. Capital que mescla o agradável do interior ao moderninho de metrópole.

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Terra que exportou Carlos Drummond de Andrade para o mundo, escritor que nada de gauche teve.
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Território do circuito do ouro. Minas de Ouro, que em 1720 foi separada da Capitania de São Paulo para se tornar a Minas Gerais de hoje.

Terra que tem cidade onde tudo tem nome de milho, tem a Uberaba do boi Zebu, a Contagem das indústrias, a Peirópolis dos dinossauros e a Uberlândia dos tantos erres. “Porrta, porrteira, porrrtão”.

Estado que tem formato de gente e com nariz grande, mas que não é de quem mente. É grande pra caber ainda mais gente. Minas da Liberdade ainda que Tardia e do “Libertas quae será tamém”.

Minas de Maurício Tizumba, Fernanda Takai, do Clube da Esquina, Milton Nascimento e Flávio Venturini. De Humberto Mauro, Cao Guimarães e Helvécio Ratton. Terra de Selton Melo. Terra de muita cultura e de tanta gente que fez e continua fazendo arte.

Terra de Minas, Minas da gente, do mineiro, do paulista, do capixaba, bahiano, paraense, cearense e do gaúcho. Minas de todos e para todos, mas mais do que tudo: doce lar do mineiro.

 

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