08-06-2011 20:20

Lanterninhas fiscalizatórios

Pescoços esticados serão rotina, em breve, nos cinemas da capital mineira

André Martins

Imagem: sxc.hu

Vermelhos, azuis ou pretos, com estofado macio ou não, eles são os mais disputados no escurinho do cinema. A razão é óbvia. Mais elevados e distantes das gigantescas telas das salas de projeção, os assentos do fundo são prediletos, seja aqui ou em qualquer parte do mundo. Dos dianteiros, em contrapartida, foge-se, como o diabo da cruz.

Essa prática costumeira dos apreciadores da sétima arte está com os dias contados em Belo Horizonte. A partir de novembro, escolher mesmo, só se for o filme. Isso, claro, se o sujeito não estiver acompanhado para não correr o risco de ser dissuadido a assistir o que não quer.

Selecionar o assento não será tão prático como é hoje. Isto será privilégio apenas para aqueles que se anteciparem e comprarem o ingresso primeiro. Os atrasados que arquem com as consequências: o torcicolo e a dor de cabeça. Nesta quarta-feira, foi publicado no Diário Oficial do Município, o DOM, uma lei que determina a venda dos bilhetes com cadeira numerada. Na capital mineira, apenas as salas do novíssimo Boulevard Shopping já nasceram enquadradas na regra 10.199, idealizada pelo vereador Leonardo Mattos (PV).

Os demais cinemas terão até o fim de outubro para entrarem na linha. A sanção aos estabelecimentos que não se adaptarem a tempo será uma multa salgada de 50 vezes o valor do ingresso cobrado.

COMENTÁRIO: imaginar como se dará a fiscalização é algo especulativo, mas não menos intrigante e sugestivo. Talvez seja hora de ressuscitar aquela figura que ficou presa nos filmes com pinceladas de meta-linguagem. Talvez seja apropriado acionar os lanterninhas.

Fonte: Câmara Municipal de Belo Horizonte e redação

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